segunda-feira, 30 de março de 2015
domingo, 22 de março de 2015
Entrevista com Manuel Nabais Ramos
Olá Manuel Nabais Ramos,
Podes apresentar-te:
Falar de si é difícil e pode ser um exercício narcísico ou jesuítico. Em
síntese, sou o Manel Pereira. LOL
Qual é a tua relação com a Torre ?
É quase a mesma relação que a do Ulisses com a Ítaca. Uma vontade e o
desejo constante de regressar ao ponto de partida.Tenho uma relação
particular com a nossa aldeia da Torre desde a infância ; uma ligação
física e a saudade, é óbvio. Digo que é nossa porque a aldeia Torre pertence
aos Torrenhos. Deveriamos enviar uma petição para a Assembleia da República
para pedir a independência ou então uma espécie de autonomia ! Tudo
isto merece reflexão. Bom, falando a
sério, o céu da Torre para mim tem mais estrelas, e é por essa razão que um dos
meus poemas preferidos é a “Canção do exílio” do Brasileiro Gonçalves Dias
Nosso céu tem mais estrelas
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Quais são as tuas recordações da Torre ?
Inúmeras... umas felizes outras demasiado tristes. Não quero ir mais além.
Qual é o teu currículo escolar ?
O meu
currículo escolar é simples. Isto é, escola primária na Torre e no Sabugal e
depois em França. Para mim, além das duas teses de doutoramento em História
contemporânea com a Sylvie Guillaume e depois em Direito Público com o meu
orientador e amigo o Marcelo Nuno Rebelo de Sousa, o mais difícil foi quando
preparava o concurso para integrar o Instituto de Estudos Políticos, em Setembro
de 1983 (concurso que preparei bebendo cervejas e outras bebidas estranhas
durante o mês de Agosto, entre o Sabugal e a Torre).
Fui a
prestar provas com quase um grama de álcool em cada olho. Estranhamente o
resultado foi bom porque consegui essas provas extremamente difíceis. Um
milagre.
Foram os teus estudos que te levaram a especialização
sobre Portugal o a paixão das tuas raízes ?
Não. Foi o meu
diletantismo. A minha pequena « especialização » é a administração e
gestão de empresas.
O teu livro é tirado da tua tese
de doutoramento em direito público e trata do governador civil. E mais ?
O livro é uma análise global da instituição representativa do poder central ao nível local atravez do sintagma « servente do Estado », isto é, do prefeito e do governador civil, como personificação do caciquismo político, das elites locais e também duma certa tradição administrativa portuguesa.
Além disso é também uma reflexão juridico-política sobre a futura representação regional do poder central quando as regiões administrativas forem instauradas. Temos também outra prioridade que consiste na diminuição substencial dos deputados na Assembleia da República. Pois estou convencido que Portugal não poderá ficar muito tempo sem instaurar um meso-poder desconcentrado, nem as cinco regiões administrativas.
Actualmente estas a viver em Bordéus, onde viveu uma
grande figura do nosso país, um herói, o Dr. Aristides de Sousa Mendes, que
representa para ti este Grande homem ?
Aristides
de SOUSA MENDES é o arquétipo do homem, e Português, que põem acima de tudo, as
suas convicções ideológicas, éticas e morais, a coragem e a abnegação. Lamento
que seja mais conhecido aqui em França do que em Portugal.
Querem o Eusébio no Panteão Nacional, não achas que o
Dr. Aristides de Sousa Mendes também merece ?
A
pergunta é interessante, mas
filosoficamente complexa. Quem pode, em consciência, decidir que tal ou tal
pessoa deve ir para o Panteão Nacional? Mas no caso de Aristides de SOUSA
MENDES seria engraçado porque teriamos o general Oscar CARMONA e o Aristides de
SOUSA MENDES debaixo do mesmo telhado.
Pobre Jõao de Deus.
Quais são os teus projetos futuros ?
Continuar como Diretor Geral adjunto do Grupo a administrar e gerir e
tentar desenvolver certas actividades mas o contexto económico e social é
actualmente muito difícil. Ir também em breve a Lisboa visitar uns amigos.
Tenho outros projetos mas isso é o meu jardim secreto.
Tens alguma coisa a dizer ao pessoal da Torre ?
Sim. Que me deixem algumas cervejas de lado là na associação, cada vez mais
dinâmica. Pois é muitíssimo importante e vital termos um ponto de encontro como
esse, para animar a malta, e continuar a fazer conviver todas as gerações. O
pessoal da Torre é uma comunidade de pessoas altruistas. Na nossa aldeia devem
continuar a reinar a liberdade, a
igualdade e a fraternidade.
Boa continuação Manuel e muito obrigada !
Obrigado eu e
santa saúde para todos.
Aline.E
quarta-feira, 11 de março de 2015
segunda-feira, 9 de março de 2015
domingo, 8 de março de 2015
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